As empresas familiares sustentam números impressionantes: em todo o mundo, cerca de 80% dos negócios são formados por membros de uma mesma família. No Brasil, quase 90% deles têm essa origem. Quando se fala em sucessão, no entanto, o impacto ocorre pelo alto índice de mortalidade: de cada 100, apenas 30 empresas alcançam a segunda geração.
Na área de saúde, histórias como a do hospital CEMA, localizado hoje na região central de São Paulo, mostram que os caminhos podem ser diferentes. Inaugurado em 1975, como clínica médica, no bairro da Mooca, deu origem a uma família de médicos, em que três filhos e oito netos do fundador, Ângelo Aquino, seguiram a profissão.
De acordo com informações da Revista Veja São Paulo, Aquino deixou, em 2002, o grupo sob a administração de um executivo contratado, “uma solução para evitar brigas entre os herdeiros”.
Por todo o Brasil, acompanhamos histórias de famílias com empreendimentos na área da saúde, de clínicas odontológicas a consultórios médicos. Segundo pesquisa realizada pelo LinkedIn, cerca de 26% dos entrevistados admitem que os pais possuem grande influência na escolha da carreira.
Planejar a sucessão é o caminho para dar vida longa às empresas. “Todo planejamento consiste em etapas, que são monitoradas e ajustadas, conforme as mudanças de cenários que o mercado apresenta, sempre objetivando o preparo em diversos momentos do negócio”, escreve a consultora do Sebrae, Kátia Helena C. Sarmento.
Como o negócio envolve emoção, é natural que os conflitos possam surgir. Neste caso, um profissional contratado, que esteja fora do convívio familiar, pode ser chamado para fazer uma análise da situação, distribuindo funções entre os herdeiros. “À medida que essas ações forem sendo desenvolvidas, será possível observar quem possui maior facilidade para a gestão da empresa”, descreve a analista.
É bom colocar que a sucessão não exclui a figura do antigo gestor. “Não podemos esquecer que esse processo é transitório, tendo melhores resultados com a presença do atual detentor da empresa. Sua vivência à frente do negócio poderá ser compartilhada e desenvolvida com o sucessor”.
Para o bom resultado da sucessão familiar, o atual proprietário e seu herdeiro devem caminhar lado a lado, respeitando o perfil administrativo e as características um do outro. Dessa forma, para a analista, conseguirão extrair o melhor dessa vivência e da transição do negócio.